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Por João Augusto Zaratine
Para muitos empresários, o período de declaração de imposto de renda é um dos mais conturbados do ano. De março a abril, centenas de documentos, registros, entradas e saídas são colocados na ponta do lápis, para não correr o risco da contabilidade da empresa ficar enroscada na malha fina da Receita Federal. E o leão não está para brincadeira.
Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir de dados do Cadastro Central de Empresas (Cempre), revela que o Brasil conta com cerca de 4,5 milhões de empresas registradas. Agora, imagine controlar e cruzar centenas de milhões de informações fiscais. Este é o trabalho do famoso leão do Imposto de Renda. Para ajudar a organizar a papelada e a burocracia aplicada às empresas e combater a sonegação fiscal, a Receita Federal e autoridades tributárias desenvolveram o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped). Você já ouviu falar sobre ele?
Em entrevista à ContaAzul, o professor especialista e palestrante Roberto Dias Duarte fala sobre o papel das novas tecnologias da tributação fiscal das empresas e a importância do empresário ter conhecimento sobre Gestão Fiscal. Confira:
Roberto Dias Duarte: “Ainda falta muito para amansar o leão”.
As novas tecnologias tributárias vieram para auxiliar ou complicar a vida do empresário?
Na prática, as informações sobre a gestão de estoques, financeira, logística, tributária e de pessoal das empresas estão migrando do suporte físico, o papel; para o digital, por meio de documentos e livros fiscais eletrônicos. Essa mudança de meio de armazenamento do conhecimento empresarial representa um salto positivo gigantesco na história da administração. Empreendedores e gestores agora têm seus atos expostos em registros digitais que trafegam entre fornecedores, clientes, transportadores, organizações contábeis, e, obviamente, o fisco.
Qual o principal impacto da tecnologia tributária na contabilidade das empresas?
Neste ecossistema fiscal digital que integra empresas e autoridades, por exemplo, a existência de uma economia informal torna-se a cada dia mais difícil e cara. Assim, há uma tendência de uso das informações contábeis como apoio ao processo decisório. Isso só é possível com dados confiáveis e atualizados. Portanto, a integração entre os departamentos contábeis e tributários, terceirizados ou não, com os demais é um passo imprescindível.
O que não faz sentido é como podem ainda muitos empreendedores, gestores, consultores e líderes de entidades desconsiderarem este movimento e suas consequências, que são legalidade, governança empresarial, uso de tecnologia da informação e, sobretudo, comportamento ético.
Qual é o objetivo do Sped?
O objetivo principal do Sped é combater a sonegação, sem dúvida. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco), estimou em 18,3% do Produto Interno Bruto o índice de informalidade, valor que teria correspondido a R$ 663,4 bilhões no ano passado. Para se ter uma ideia de como este problema ainda é grande, a economia informal no país equivale a uma Argentina. Estudos indicam que cerca de 30% dos trabalhadores autônomos e empregados domésticos atuam na informalidade, sendo que a própria Receita estima perdas anuais da ordem de R$ 3,5 bilhões. Portanto, ainda falta muito para “amansar” o Leão.
Por que o empresário deve entender o Sped?
O empresário deve entender bem o Sped não apenas para ficar em sintonia com as exigências legais, mas também porque esse movimento todo é um grande apelo à melhoria da gestão, sob os aspectos organização, controle e planejamento.
Como as informações foram digitalizadas, todas as operações realizadas estão registradas em um gigantesco “Facebook Tributário”, que também poderá auxiliar em muito o dia a dia do próprio empreendedor.
Além disso, essa rede digital forma um ecossistema interconectado de troca de informações entre clientes, fornecedores, transportadoras, organizações contábeis e, obviamente, autoridades tributárias. Em outras palavras, o rei ficou nu. Ou melhor, as empresas ficaram nuas, estão completamente expostas. Principalmente aos olhos do seu sócio principal, o Estado.
Fonte: http://contaazul.com
http://www.robertodiasduarte.com.br/index.php/entrevista-especialis...
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