Arrecadação cai pela 7ª vez em maio, para R$ 49,835 bilhões

terça-feira, 16 de junho de 2009, 14:36 | Online

Valor é 14,03% menor que o registrado em abril, em termos reais; no ano, resultado é o pior desde 2003

Isabel Sobral e Renata Veríssimo, da Agência Estado

BRASÍLIA - A arrecadação dos impostos e contribuições federais totalizou R$ 49,835 bilhões em maio, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 16, pela Receita Federal. O resultado representa uma queda real (pelo IPCA) de 14,03% em relação a abril. Foi o sétimo recuo seguido em relação ao mês anterior. Na comparação com maio de 2008, as receitas caíram 6,06%.

O coordenador geral de Estudos, Previsão e Análise da Receita Federal, Marcelo Lettieri, afirmou, porém, que a queda na arrecadação de impostos e contribuições federais deve ser menor no mês de junho. Mas, segundo ele, esta recuperação será lenta. Ele destacou que em abril e maio deste ano já houve uma melhora nos dados, depois de uma queda brusca em fevereiro em relação a janeiro.

A arrecadação das receitas administradas teve um recuo de 5,66% em maio ante maio de 2008. É o menor porcentual de queda este ano em relação ao mesmo mês de 2008, com exceção de março, quando houve fatores atípicos.

A arrecadação das receitas administradas pela Receita Federal, em maio, foi influenciada por uma queda real de 16,22% do imposto de importação e também uma queda real de 22,3% do IPI vinculado. Essas quedas são em comparação a maio de 2008. O IPI sobre fumo teve também uma queda real da ordem de 57,3%, explicada pela mudança do prazo de apuração e recolhimento do imposto.

O IPI sobre automóveis teve queda real de 75,06%, em razão da redução do IPI sobre veículos, instituída pelo governo no final do ano passado e que vem sendo prorrogada. Ainda de acordo com a Receita, houve queda real, em maio, do Imposto de Renda sobre pessoa Jurídica (IRPJ), de 14,17%; e também queda de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), de 7,63%.

Segundo a Receita a redução desses dois últimos impostos deveu-se principalmente a não repetição de fatos atípicos, que tinham sido registrados em maio do ano passado. Tais fatos, diz a Receita, foram ganhos de capital na venda de participações acionárias. No caso específico da CSLL sobre instituições financeiras, em maio do ano passado, houve uma elevação da sua alíquota de 9% para 15%, que vigorou sobre fatos geradores de maio de 2008.

Também houve uma queda do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) sobre rendimentos do trabalho. A queda foi de 7,5%. Essa redução está associada à redução da tabela de incidência do imposto de renda. Outra queda importante ocorreu no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), da ordem de 17,62%. Ela é explicada pelas desonerações tributárias, anunciadas pelo governo, desde o agravamento da crise, no final do ano passado. Outros tributos que tiveram queda, em razão das desonerações tributárias são Cofins (-10,85%), PIS-PASEP (-6,62%) e Cide sobre Combustíveis (-45,61%).

Previdência

Já a arrecadação previdenciária, em maio, somou R$ 15,811 bilhões. Segundo a Receita Federal do Brasil, houve um crescimento real de 7,88%, em comparação às receitas da Previdência registradas em maio do ano passado (de R$ 13,932 bilhões).

O relatório informa que contribuíram positivamente para o resultado, o crescimento das receitas de depósitos judiciais e o aumento do número de pequenas empresas que passaram a ser optantes do Simples, saindo da informalidade para contribuir.

O documento destaca também o impacto positivo da criação de 106.205 novos postos de trabalho com carteira assinada, no último mês de abril. Como as empresas contribuem para a Previdência sobre suas folhas de salário, quando essa base aumenta, há reflexos positivos nos cofres públicos.

Acumulado

No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, a arrecadação totalizou R$ 267,341 bilhões, o que representa uma redução de 6,92% em relação ao mesmo período de 2008. O resultado é o pior desde 2003. Os principais impostos e contribuições federais registraram quedas expressivas no período, segundo os dados da Receita, entre eles o IRPJ, CSLL, IRPF, IPI, IOF e Cide combustível.

Segundo Lettieri, a Receita espera uma recuperação da arrecadação no segundo semestre. Caso seja atingida a meta de crescimento do PIB de 1% em 2009, a Receita calcula que a arrecadação das receitas administradas, excluindo Previdência, será de R$ 485 bilhões. Em 2008, esse valor somou R$ 479,5 bilhões.

De acordo com ele, em termos reais, a arrecadação este ano deve ter uma baixa. Segundo ele, só nos anos de 1996 e em 2003 que a arrecadação registrou queda real em relação ao ano anterior.

Para enfrentar a crise, segundo ele, o governo tem deixado claro que a política fiscal não está olhando só para a arrecadação. "Se for preciso, a arrecadação vai pagar a conta, desde que mantenha a atividade econômica em setores estratégicos, a renda e o emprego", afirmou.

Ele destacou que com a exceção dos efeitos dos indicadores econômicos, as desonerações tributárias são as que têm maiores efeitos sobre a arrecadação. Ele ressaltou também que os reflexos da atividade econômica na arrecadação são defasados. "Pelos dados da arrecadação, ainda não se consegue avaliar claramente uma recuperação econômica", disse o coordenador.

http://www.estadao.com.br/noticias/economia,arrecadacao-cai-pela-7a-vez-em-maio--para-r-49-835-bilhoes,388208,0.htm

Exibições: 71

Comentar

Você precisa ser um membro de Blog da BlueTax moderado por José Adriano para adicionar comentários!

Entrar em Blog da BlueTax moderado por José Adriano

Comentário de José Adriano em 17 junho 2009 às 20:25
Carga tributária caiu para 38,45% do PIB no 1º tri, diz IBPT

Plantão | Publicada em 17/06/2009 às 13h51m
O Globo

RIO - O peso da carga tributária nacional caiu de 38,95% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2008 para 38,45% do indicador nos três primeiros meses deste ano, a primeira queda percentual desde 2006, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) divulgado nesta quarta-feira. A organização não-governamental destaca que a queda foi menor que a esperada, mas lembra que o período, em geral, é o de maior nível de arrecadação no ano.

- Tradicionalmente, é no primeiro trimestre de cada ano que a arrecadação atinge seu maior nível, em virtude da menor atividade econômica, aliada ao grande número de tributos cobrados nos primeiros meses do ano, como Imposto de Renda Pessoa Jurídica, IPVA, e IPTU, além do recolhimento de tributos referente dezembro do ano anterior, como ICMS, PIS e COFINS - explica o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral.

Ainda assim, de acordo com o levantamento, houve crescimento nominal de R$ 4 bilhões na arrecadação nos três primeiros meses deste ano. O somatório de todos os tributos federais, estaduais e municipais passou de R$ 259,22 bilhões em igual período de 2008 para R$ 263,22 bilhões no primeiro trimestre de 2009. Do montante arrecadado, os tributos federais apresentaram recuo de R$ 0,55 bilhão no início de 2009, enquanto os estaduais e municipais cresceram R$ 4,24 bilhões e R$ 0,30 bilhão, respectivamente.


Segundo o Impostômetro, a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins apresentou o maior recuo nominal, de R$ 3,22 bilhões, seguida do Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI, R$ 2,14 bilhões, e da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE Combustíveis, R$ 1,87 bilhão.

Em contrapartida, o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS foi o tributo que teve o maior aumento nominal (R$ 4,70 bilhões), seguido de outros tributos estaduais, como Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores - IPVA; Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação - ITCMD; e demais taxas, totalizando R$ 2,32 bilhões, além do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços - ICMS, responsável pela arrecadação de R$ 1,87 bilhão.

A carga tributária acumulada dos últimos doze meses teve uma leve queda. No período de janeiro a dezembro de 2007, a carga tributária atingiu 35,54% do PIB, passando para 36,18% no período de abril de 2007 a março de 2008, para 36,56% durante o ano de 2008 e chegando a 36,46% do PIB nos últimos doze meses.

http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/06/17/carga-tributaria-caiu-para-38-45-do-pib-no-1-tri-diz-ibpt-756379771.asp
Comentário de José Adriano em 17 junho 2009 às 20:24
Peso dos impostos recua frente ao PIB, mas aumenta em números absolutos

17/06/2009 - 15:52 - Redação

A carga tributária brasileira - somando impostos federais, estaduais e municipais - teve participação de 38,45% do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre de 2009, frente a 38,95% do mesmo período do ano passado, com queda de 0,5 ponto percentual, de acordo com estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) divulgado nesta quarta-feira (17). Segundo a entidade, foi a primeira queda desde 2006.

No entanto, em números absolutos, o valor teve aumento, passando de R$ 259,22 bilhões no ano passado para R$ 263,22 bilhões agora, com acréscimo de R$ 4 bilhões.

A pesquisa do IBPT mostra que, dos tributos arrecadados, o montante federal teve recuo de R$ 0,55 bilhão, enquanto as taxas estaduais e municipais aumentaram R$ 4,24 bilhões e R$ 0,30 bilhão, respectivamente.

Em comunicado o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, afirmou que "tradicionalmente, é no primeiro trimestre de cada ano que a arrecadação atinge seu maior nível, em virtude da menor atividade econômica, aliada ao grande número de tributos cobrados nos primeiros meses do ano, como Imposto de Renda Pessoa Jurídica, IPVA, e IPTU, além do recolhimento de tributos referente dezembro do ano anterior, como ICMS, PIS e Cofins".

Altas e baixas

Entre os impostos que recuaram, o que mostrou a maior queda foi a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), com recuo de R$ 3,22 bilhões. Na sequência vem o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), com R$ 2,14 bilhões, e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), cobrada sobre combustíveis, com R$ 1,87 bilhão.

Entre os que mais subiram, maior alta foi registrada na cobrança do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com ganhos de R$ 4,70 bilhões. Também tiveram aumento as taxas estaduais, como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), totalizando R$ 2,32 bilhões.

O estudo destaca ainda a elevação do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços (ICMS), que foi responsável pela arrecadação de R$ 1,87 bilhão.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2009/06/17/carga+tributaria+recua+frente+ao+pib+mas+aumenta+em+numeros+absolutos+6783920.html

Apoio

http://picasion.com/

Receba a Newsletter Diária

Enter your email address:

Delivered by FeedBurner

Apoio

© 2025   Criado por José Adriano.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço