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Desonerar a folha de pagamento, eliminar impostos estaduais sobre as importações, aumentar a tributação para terras improdutivas e acabar com a guerra fiscal entre estados. Essas são algumas das propostas incluídas nos projetos apresentados no Congresso Nacional nos últimos 15 anos nas tentativas de implementar a reforma tributária. Ao todo, foram cinco textos elaborados pelo Executivo, todos com objetivos parecidos, mas com o mesmo desfecho: as propostas são reduzidas a pequenas mudanças pontuais que não resolvem os impasses do sistema tributário nacional.
Atualmente, a proposta construída pela presidente Dilma Rousseff, além de receber críticas de especialistas por não mudar a forma de tributação considerando a classe econômica, está longe de entrar na lista de prioridades para votação dos parlamentares. Diferentemente do planejado pelo Palácio do Planalto, os deputados e senadores terminam o ano discutindo a criação de um imposto – a Contribuição Social da Saúde (CSS) – no lugar da eterna reforma tributária.
Os dois pontos principais da proposta elaborada pela presidente Dilma – apresentados em discursos e entrevistas em que a petista discute o tema – preveem a simplificação do ICMS – medida recorrente nas propostas apresentadas anteriormente – e a desoneração da folha de salários e investimentos empresariais. A intenção do governo federal é fortalecer as empresas, reduzindo os custos com funcionários e incentivando novos empreendimentos. No entanto, alguns pontos referentes à revisão na incidência da tributação não foram tratados na proposta e especialistas não perdoaram.
“Hoje, existem possibilidades de que alguns pontos sejam discutidos com mais consenso, mas a reforma integral não costuma entrar nem nas negociações. A proposta de Dilma trouxe apenas mudanças pontuais de forma incompleta e pouco detalhada até o momento. O que precisamos realmente é cobrar mais de quem ganha mais, por meio da taxação de renda e do patrimônio, e não apenas com ônus sobre o consumo, que acaba afetando todas as pessoa independentemente da classe econômica”, cobra o vice-presidente do Fenafisco.
Textos sem efeito
Fernando Henrique Cardoso (PSDB) – 1996 e 2001*
» Eliminação da incidência do imposto estadual sobre exportações
» Tributação maior das terras improdutivas
» Transformar o ICMS e o IPI em impostos sobre consumo
» Implementação do imposto de consumo, cobrando-o no local da produção, para evitar sonegação e redistribuindo automaticamente a receita para os estados de destino da mercadoria
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – 2003,2004 e 2008*
» Tributação do ICMS preponderantemente nos estados de destino sem aumentar a evasão
» Tributação seletiva, com alíquotas elevadas, de fumo e bebidas
» Implantação de um sistema de compensação entre as empresas para resolver o problema do acúmulo de créditos tributários
» Desoneração gradual dos investimentos, pela redução do prazo requerido para a apropriação dos créditos de impostos pagos na aquisição de máquinas e equipamentos
» Ampliação da desoneração da cesta básica
Dilma Rousseff (PT) – 2011*
» Em declarações durante a campanha e no primeiro semestre deste ano, a presidente afirmou que pretende enviar propostas fracionadas para uma reforma tributária, de forma que cada ponto seja mais bem discutido pelos parlamentares. Não existem, no entanto, detalhes sobre os projetos que serão levados ao Congresso, e o assunto ainda é tema de reuniões com governadores. O Ministério da Fazenda – procurado para comentar o assunto – preferiu não se manifestar ou informar em que pé estão as discussões sobre a proposta.
Por Marcelo da Fonseca
http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2011/10/24/interna_politi...
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