Brasil tem condições mais favoráveis para enfrentar crise do que em 2009

Crescimento será maior no segundo semestre deste ano e ficará entre 4,5% e 5% nos próximos dois anos

Em encontro com o Grupo de Líderes Empresariais (Lide), nesta quarta-feira (04/07), em São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o Brasil está aproveitando o momento de crise internacional para fazer mudanças estruturais na economia. Segundo ele, a diminuição da taxa de juros, a redução no spread bancário e a desvalorização do real, com uma política cambial mais ativa, irão tornar a economia mais competitiva no futuro.

“A crise atual parece menos intensa que a de 2009, mas não é. Em 2012, começou lentamente e está se agravando. Mas, este ano, temos condições mais favoráveis para enfrentar a crise do que em 2009 e estamos com importantes mudanças em curso”, afirmou.

Para Mantega, um dos benefícios da redução de juros na economia é permitir que o governo pague menos juros pela dívida pública e possa, assim, liberar recursos para desoneração tributária e para mais investimentos governamentais. 

As recentes desonerações na folha de pagamento foram citadas pelo ministro como consequências das oportunidades oferecidas por um cenário de maior solidez fiscal. O ministro afirmou que  essas desonerações serão generalizadas e a ideia é conceder o benefício a mais setores. Hoje, 15 segmentos da economia já foram beneficiados. “Os setores interessados em se beneficiar de uma desoneração na folha de pagamentos devem procurar o Ministério da Fazenda”, afirmou.

Sobre o spread bancário, Mantega explicou que já houve uma redução significativa, mas que ainda há muito espaço para uma queda ainda maior. “O spread tem que diminuir para ajudar a produção no Brasil”, afirmou. Segundo Mantega, a redução dos juros e do spread bancário são fundamentais para reduzir custos financeiros e atrair capitais para a produção.

Sobre a desvalorização do real frente ao dólar, Mantega afirmou que a moeda nacional desvalorizada torna as empresas brasileiras mais competitivas, pois reduz os custos em dólar e facilita as exportações.

Mantega disse ainda que o governo vai continuar realizando ou estimulando investimentos, como tem feito por meio do Minha Casa, Minha Vida ou por meio de programas como Programa de Sustentação do Investimento (PSI), mas o setor privado também precisa contribuir. “Cabe aos empresários vislumbrar esse cenário de mudanças. O espírito animal do empresariado tem que funcionar”, afirmou o ministro.

“O Brasil está aproveitando a crise para fazer ajustes que talvez não se fariam em um contexto diferente. Com mudanças estruturais, estamos construindo um novo país”, afirmou o ministro. O governo, disse,  tem a disposição de fazer tudo o que for necessário para viabilizar a produção brasileira. “Vamos ter um crescimento maior no segundo semestre deste ano e esperamos crescer entre 4,5 e 5% em 2013 e 2014”.

 

http://www.fazenda.gov.br/portugues/releases/2012/julho/r040712.asp

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