De cada R$ 100 movimentados em tributos e taxas, R$ 55 não podem ser percebidos diretamente pelos consumidores
Flávio Ilha*
No Dia da Liberdade de Impostos, o consumidor tem uma boa e uma má notícia. A boa: os brasileiros sabem que pagam impostos invisíveis, disfarçados no preço dos produtos. A ruim é que não têm ideia do quanto esses tributos pesam no bolso todos os dias.
Estudo da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) concluiu que a carga tributária indireta do país, aqueles impostos diluídos no preço das mercadorias, chega a 55% do total pago a cada ano. Significa que de cada R$ 100 movimentados em tributos e taxas, R$ 55 não podem ser percebidos diretamente pelos consumidores.
– Os brasileiros em geral não sabem quanto pagam de impostos indiretos. O sistema é montado para enganar o contribuinte – explicou André Rebelo, coordenador da pesquisa.
Os impostos indiretos incidem sobre o consumo e em geral são integralmente repassados ao consumidor. O principal é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
A Fiesp pesquisou 10 produtos em 70 cidades. Entre os de primeira necessidade, a conta mais alta ficou com a energia elétrica: de cada R$ 10 gastos todo mês, R$ 6,46 são de impostos e taxas embutidos no preço final.
– O ato de acender a luz de manhã detona uma engrenagem de arrecadação que só vai ter fim quando o dia acabar – disse Fernando Steinbruch, diretor do Instituto Brasileiro de Pesquisas Tributárias (IBPT).
Felipe Quintana, presidente do Instituto de Estudos Empresariais, diz que o objetivo da mobilização é cívico: estimular a organização para que se cobrem serviços melhores do Estado.
– Se não pudermos mexer nos impostos, pelo menos podemos exigir contrapartidas melhores – afirmou.
http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&am...
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