Contabilista comemora data preocupado com um outro balanço

por Edgar Madruga e Roberto Dias Duarte

Parafraseando Martin Luther King Jr, nós também temos um sonho: que a contabilidade das empresas brasileiras deixe de ser eminentemente burocrática, retomando em plenitude seu perfil gerencial e, consequentemente, a capacidade de prover diferenciais competitivos para os mais diferentes tipos de negócios.

Talvez seja esta a melhor forma de exprimir em poucas palavras o quanto se faz desejável e urgente uma profunda mudança no modelo tributário brasileiro, verdadeiro emaranhado de obrigações que tem transformado a todos em prisioneiros do secundário, em detrimento do principal.

A atividade contábil é emblemática disto, pois aos poucos passou a ter no governo o ‘cliente’ que mais demanda tempo e atenção, enquanto aquele que realmente a contrata – interna ou externamente – mal consegue perceber seus diferenciais, tampouco a capacidade de apontar alternativas estratégicas para o sucesso do empreendimento.

Nem mesmo o SPED, cujo advento pressupunha a eliminação de uma série de declarações e demonstrativos, muitos deles redundantes, demonstrou-se capaz – pelo menos até aqui – de abreviar o tempo excessivo dedicado a obrigações acessórias, tributos equivocadamente apurados e uma série de procedimentos falhos na forma, embora frequentemente corretos na essência.

Enquanto isso, continuam na gaveta as análises de resultados, projetos e indicadores, ou seja, tudo aquilo que de fato poderia gerar crescimento, fazendo jus finalmente ao core business da Ciência da Riqueza.

Mais do que a Contabilidade, perdem com a falta deste ambiente mais saudável e descomplicado nossos 27 milhões de empreendedores atuais, bem como os 58% da população brasileira que ainda desejam empreender e certamente teriam novo alento para fazê-lo, mediante um modelo tributário minimamente viável em meio ao qual pudessem ir além de sonhar.

Sem exagero, a continuidade dos negócios no Brasil depende de uma redução drástica em nossa histórica burocracia, aspecto que na ausência de mudanças incisivas na infraestrutura tributária continuará fazendo da competitividade nacional uma mera peça de ficção.

O Estado brasileiro – não apenas governos e autoridades tributárias de forma isolada – tem a obrigação de criar o quanto antes esse novo cenário. Com choro e ranger de dentes, seja lá de quem for. Até porque, se não soubermos para aonde ir, quaisquer caminhos servirão e vários deles podem não ter volta, exatamente ao contrário da inflação, dos Pibinhos e várias outras mazelas recorrentes entre nós.

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