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Pesquisa mostra que tributação, legislação trabalhista, infraestrutura e burocracia estão entre os maiores entraves
Setor têxtil confirma problema de tributação, com reflexos no custo da mão de obra
O empresário brasileiro vê os custos de produção no País como um entrave para a produtividade, não considera que o governo se mobilize o bastante para resolver o problema, tenta resolver a questão individualmente, mas não considera que isso seja o bastante para competir no mercado mundial. É assim que o setor se sente, segundo a pesquisa Custos Sistêmicos e a Competitividade nas Organizações Brasileiras, divulgada nesta semana pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ).
Esses custos são altos para 97% das 127 empresas filiadas ou associadas a parceiros da FNQ. Outros 2% consideram a conta mediana e 1%, baixa. Dos fatores apontados pelos próprios entrevistados como os mais problemáticos, a carga tributária é o que mais incomoda, segundo 29% deles. Na sequência aparecem legislação trabalhista (14%), infraestrutura (13%), burocracia (13%), educação pública e privada (12%) e corrupção (9%).
No entanto, quando questionados sobre qual problema deve ser tratado como prioridade, 33% dos empresários apontam a corrupção. O peso dos impostos, relacionado diretamente à sustentação da máquina pública, cai para segundo, com 29%. Em terceiro aparece a educação pública e privada, com 15%, representada na produção pela especialização da mão de obra. A reforma da legislação trabalhista completa o grupo dos quatro mais, como prioritária para 8% dos entrevistados.
Para o superintendente geral da FNQ, Jairo Martins, há perda da competitividade da indústria brasileira e não se vê ações suficientes do governo para reverter esse cenário. ''O Brasil está perdendo o bonde e a iniciativa da pesquisa é para mostrar quais temas são os mais recorrentes'', diz. De fato, o sentimento de 71% dos entrevistados é de que o governo não se mobiliza para reduzir os custos sistêmicos, o que leva 70% deles a se sentirem impedidos de fazer mais investimentos.
Martins lembra que a tributação elevada e a logística ruim levam à perda de aportes financeiros de estrangeiros. ''O empresário ainda tem de investir na capacitação da mão de obra porque a educação não o faz, então repassa os custos que tem para o produto, que fica mais caro e menos competitivo'', diz o superintendente.
A solução de 54% dos entrevistados foi gastar mais em investimentos para tentar conter os custos sistêmicos, uma solução intramuros, segundo Martins. Ele diz que o setor se sente engessado e busca fazer o trabalho de casa, mas precisa cobrar o governo e mostrar quais são as reivindicações. E todos se reconhecem inoperantes, já que 71% diz que o empresariado não colabora para reduzir os custos sistêmicos. ''Tem de pressionar os políticos, não pode só reagir com aumento de preços'', afirma.
Fonte: Folha Web
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