Nova ferra

menta eletrônica da Receita vai diminuir a burocracia e deixar a contabilidade das empresas mais transparente

A PARTIR DE 2009, as in­formações contábeis e fiscais de cerca de 30.000 empresas tributadas pelo regime do lucro real estarão a apenas um clique de distância da Receita Federal. A ferramenta para encurtar a distância entre o Fisco e as em­presas será o Sistema Público de Escrituração Digital, conhe­cido como Sped, que transfere do papel para páginas virtuais as obrigações das empresas e, ao mesmo tempo, põe à disposição dos fiscais balanços contábeis, demonstrações de resultados e pagamentos de impostos. "O Sped vai escancarar as empresas para a Receita"; diz Tiago Borges, especialista em contabilidade da Contmatic Phoenix, desenvolvedora de softwares de gestão.

Por enquanto, apenas as em­presas com acompanhamento tributário diferenciado e as que mais recolhem aos cofres pú­blicos estão obrigadas a aderir ao Sped. Mas a intenção da Re­ceita é ampliar a abrangência do projeto até alcançar 100% dos empreendimentos, além de fis­calizar melhor os inadimplentes. "Pode demorar um pouco, mas em algum momento as empresas optantes do Simples Nacional e do Lucro Presumido tam­bém terão que aderir", diz José Adriano Pinto, da consultoria tributária IOB. "É bom as pe­quenas começarem a se prepa­rar imediatamente", afirma José Maria Chapina Alcazar, presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis

Preparar-se para o sistema digital significa ter as áreas financeira, contábil, de produção, vendas e compras integradas por meio de um software de gestão chamado ERP (Enterprise Re source Planning) e, assim, estar apto a enviar os dados à Receita "Além de informatizar o negócio é fundamental manter os números atualizados"; explica Borges. Com o Sped, os mínimos erros de informação serão facilmente identificados e o resultado pode ser um aumento de multas par os empresários.

Um estudo recente realizado pela IOB com 405 empresas d todo o país mostrou que 80% delas cometeram, no último ano, alguma falha na hora de recolhe os impostos. Muitas delas deixaram de usar créditos de ICMS que eram seus por direito, ou seja, se equivocaram contra elas mesmas "Faltam ferramentas de gestão investimentos na área tributária das empresas", justifica Pinto. "Com o Sped, mais do que nunca, será preciso deixar de lado administração contábil caseira e partir para uma profissional", esclarece Alcazar.

O lado positivo desse novo Big Brother fiscal? A burocracia deve diminuir, já que as empresas passarão a informar às três fazendas - federal, estadual e municipal - uma única vez, e o gasto com papéis e impressões será reduzido.

 

IOB_PEGN.pdf

 

Fonte: Revista Pequenas Empreas & Grandes Negócios - Novembro/2008

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