Blog da BlueTax moderado por José Adriano
Blog da BlueTax
Por Ana Paula Neves e Daniela Geovanini
Não é segredo e nem novidade para ninguém que a Receita Federal vem aprimorando sua tecnologia e metodologia para aumento da arrecadação. A Tecnologia trouxe ao Governo maior alcance, eficiência na identificação de violações e visibilidade das inconsistências das empresas no cumprimento de suas obrigações, tanto no que se refere à apuração dos seus próprios tributos quanto no que se refere à retenção dos mesmos. Os “Es” da Receita Federal (E-social, E-financeiro) e as demais escriturações eletrônicas (ECF, EFD Contribuições e IPI/ICMS, EFD Reinf) vem obrigando as empresas a adaptarem seus sistemas e processos para não incorrerem em custos de multas por autuações e custos jurídicos de defesa em eventuais processos.
Outra grande preocupação das empresas autuadas é a não obtenção da Certidão Negativa de Débitos relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União (CND), que as impeça de realizarem negócios com qualquer entidade governamental, já que nos contratos com o Poder Público a comprovação da regularidade fiscal deverá ser exigida na licitação, na contratação e em cada pagamento efetuado. Ou seja, sem a certidão não se comprova a regularidade e não é possível fazer negócio com o poder público. O negócio é afetado! É quando, normalmente, os líderes e diretores financeiros tomam conhecimento da irregularidade fiscal.
As novas “E-obrigações” demonstram que Recursos Humanos e áreas Financeiras também são responsáveis por organizar, padronizar e enviar informações ao Fisco. Para isso, dependem de uma boa governança das atividades com os funcionários (pagamento de salários, horas extras, promoções, desligamentos, licença maternidade etc.) e da transparência nas atividades financeiras (depósitos, saldos, pagamentos, média do rendimento mensal, transferências, aquisição de moeda estrangeira etc.).
A capacitação e a setorização dos agentes fiscais, bem como o desenvolvimento de ferramentas tecnológicas converge em uma evolução consistente da Fiscalização, levando CFOs e Diretores Financeiros a questionarem gastos com orçamentos da área tributária e de despesas processuais. Mas os custos jurídicos e de multas podem ser evitados se a empresa cumpre corretamente as determinações do Fisco e possui processos de auditoria automáticos. Num país em recessão há quase seis trimestres, qual a empresa que não quer reduzir custos e diminuir desembolsos de caixa para melhorar seu EBITDA e ser mais competitiva?
O relatório da Receita que trata do Plano Anual da Fiscalização 2016 e Resultados de 2015 deixa claro que muitas empresas não estão acompanhando a evolução do Fisco. Esse relatório demonstra que:
A situação ainda pode se agravar quando são identificadas provas de ocorrência de crime contra a ordem tributária. Nesses casos, o processo é encaminhado ao Ministério Público Federal, sendo que o envolvido responde criminalmente, sujeito às penas definidas em lei, na medida de sua culpabilidade (ação ou mesmo omissão). O relatório da receita demonstra que 28,1% de todas as ações fiscais encerradas resultaram em uma Representação Fiscal para Fins Penais. Em resumo, mesmo que o diretor/c-level alegue desconhecimento das irregularidades ou não tenha sido envolvido diretamente, pode vir a responder criminalmente.
Diante de órgãos de fiscalização cada vez mais eficientes e preparados e de uma legislação tributária complexa, que podem levar uma empresa a encerrar suas operações em razão do montante de uma autuação, e da possibilidade dos gestores responderem criminalmente, é de extrema importância o envolvimento dos líderes e diretores no dia a dia tributário.
Em outras palavras, Gestão Fiscal é sim assunto de CEO, CFO e de diretores das empresas.
http://cio.com.br/opiniao/2016/08/09/gestao-fiscal-e-responsabilida...
© 2025 Criado por José Adriano. Ativado por
Você precisa ser um membro de Blog da BlueTax moderado por José Adriano para adicionar comentários!
Entrar em Blog da BlueTax moderado por José Adriano