Governança e compliance estão entre as três prioridades de TI das empresas brasileiras

A preocupação das empresas brasileiras com governança e compliance cresceu. É o que aponta a sexta edição do Brazil IT Snapshot, estudo sobre o panorama de adoção corporativa da TI no Brasil, realizado pela Logicalis, empresa global de soluções e serviços de tecnologia da informação e comunicação.

A atenção dos executivos com esse tema subiu da oitava para a terceira posição, aumentando 13 pontos porcentuais em comparação a 2018 e sendo apontada por 34% dos respondentes. O tema fica atrás apenas da preocupação com segurança da informação (45%) e projetos de big data e analytics (41%).

Essa mudança se deve principalmente pelo surgimento das leis de privacidade de dados — tanto a europeia (GDPR) quanto a nacional, LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), aprovada em agosto do ano passado.

Quando o assunto são os negócios da companhia, o aumento da eficiência operacional e a transformação dos processos são as maiores prioridades, recebendo 72% e 69% dos votos, respectivamente. E, apesar das incertezas do setor econômico, os executivos seguem otimistas com o mercado nacional: 81% das empresas pretendem investir em TIC mais ou a mesma quantia que em 2018.

Apesar dos avanços de leis como a LGPD, as companhias ainda lutam para se adequar quando o assunto é segurança da informação. O estudo da Logicalis aponta que 38% das empresas não possuem um plano integrado de segurança. Porém, se considerarmos apenas as organizações com faturamento acima de R$ 1 bilhão, há uma mudança significativa no cenário: apenas 17% ainda não têm plano integrado de segurança e 64% estão em processo de implementação.

“O mercado de tecnologia da informação evoluiu muito e se tornou uma disciplina de gestão das empresas. No caso específico da segurança, apesar de o tema ter alta relevância entre as organizações, muitas delas ainda optam por iniciativas pontuais para sanar questões urgentes”, destaca Yassuki Takano, diretor de consultoria da Logicalis.

Quando falamos em iniciativas ligadas à proteção e privacidade dos dados, a mais citada pelos executivos (70%) é o envolvimento da área jurídica da empresa para atuação conjunta. Porém, a estratégia de tratamento de dados ainda está sensibilizando poucos executivos e as ações mais práticas parecem estar engatinhando: somente 24% afirmam possuir um orçamento dedicado exclusivamente para tratar do tema e apenas 31% já estão desenvolvendo um plano de gestão de dados.

Cloud computing

A computação em nuvem já é uma realidade para as empresas brasileiras. Dos executivos entrevistados, 42% afirmam que executam totalmente ou parcialmente seus planos de migração para a cloud computing e 15% já possuem processos e pessoas dedicados à melhoria contínua desse ambiente.

Entre as dificuldades enfrentadas nesse processo, a infraestrutura de telecomunicações foi apontada por 58% dos executivos como a principal barreira para a transição, seguida da complexidade na integração com o legado (46%) e dos custos de operação (44%).

Formação de equipe

O executivo de tecnologia tem também enfrentado um desafio muito grande na atração de profissionais: 45% dos respondentes afirmam que falta mão de obra qualificada, enquanto 35% acreditam que a dificuldade deve-se à remuneração oferecida estar abaixo das demandas dos profissionais.

Outro ponto é composição das habilidades da equipe: para 56%, é difícil encontrar profissionais com capacidade de mapear processos de negócio e sugerir mudanças, enquanto do lado técnico, existe uma necessidade de compor uma equipe com conhecimentos em assuntos tão diversos e complexos como segurança da informação, analytics e inteligência artificial.

“A cada edição do estudo conseguimos observar um avanço sólido na disseminação e uso de novas tecnologias nas empresas brasileiras, aumentando assim, o desafio dos gestores de TI. As novas tecnologias possibilitam não apenas um avanço da eficiência operacional, mas também uma maior responsabilidade da área na cobertura e suporte aos processos de negócios e competitividade das organizações”, finaliza Takano.

O estudo, realizado em parceria com a Stratica Consultoria e Pesquisa, contou com participação de 143 líderes da área de tecnologia da informação de empresas brasileiras, sendo 71% delas de grande porte e 34% com faturamento acima de R$ 1 bilhão.

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