Blog da BlueTax moderado por José Adriano
Blog da BlueTax
Na lista onde os líderes são Índia, Canadá e China, o Brasil se encontra em 11º como o país mais competitivo do mundo.
Parece que os mercados emergentes oferecem mais do que somente potencial de crescimento; eles também propiciam alguns dos mais baixos custos fiscais. Mas nem todas as economias emergentes são assim, afinal, o Brasil está entre os países tributariamente menos competitivos do mundo.
De acordo com o estudo Competitive Alternatives 2012, Special Report Focus on Tax (Alternativas Competitivas de 2012, relatório especial: foco nos tributos) da KPMG International, as empresas instaladas na Índia pagam ao redor de 50% menos tributos que suas congêneres nos Estados Unidos. De fato, dos cinco países com os custos totais fiscais mais baixos, quatro são mercados emergentes: Índia, China, México e Rússia.
“Infelizmente, a realidade do Brasil é muito diversa de seus congêneres emergentes. O País ocupa a 11ª posição do ranking elaborado pela KPMG, que conta com 14 nações, à frente apenas de Japão, Itália e França. A alta carga tributária é, portanto, um dos mais significativos componentes do chamado ‘custo Brasil’”, explica Roberto Haddad, sócio da área de Tributos Internacionais da KPMG no Brasil.
A pesquisa, que analisa o impacto de todos os tributos incidentes sobre pessoas jurídicas, incluindo imposto de renda, imposto sobre o capital, imposto sobre vendas, imposto sobre a propriedade e custos trabalhistas estipulados por lei, descobriu que a competitividade fiscal de um país está em grande parte relacionada a como os tributos são ponderados e aplicados em diferentes foros.
“Apesar de as empresas frequentemente utilizarem a alíquota do imposto de renda pessoa jurídica como indicador dos custos fiscais totais em uma localidade, ela é apenas um dos fatores que explicam o quadro geral,” afirma Greg Wiebe, líder global de Tributos da KPMG. “Uma vez sendo considerados todos os outros tributos e incentivos, as empresas podem enfrentar uma carga tributária muito maior do que tinham originalmente esperado.”
Entre os catorze principais países pesquisados, fora dos mercados emergentes somente o Canadá (classificado em segundo), o Reino Unido (ocupando a sexta posição) e a Holanda (em sétimo lugar) oferecem custos fiscais totais mais baixos que os Estados Unidos. Os maiores custos fiscais predominam em partes da Europa (Alemanha, Itália e França) e Ásia-Pacífico (Austrália e Japão). O Brasil se sobressai como um enigma: o país é amplamente reconhecido como um dos principais mercados emergentes, mas seus custos fiscais totais são em torno de 43% maiores que aqueles nos Estados Unidos.
Competitividade Fiscal – Classificações de 2012 por país:
Classificação
País
Índice Fiscal Total em 2012
1
Índia
49,7
2
Canadá
59,1
3
China
59,7
4
México
63,6
5
Rússia
71,7
6
Reino Unido
73,3
7
Holanda
77,2
8
Estados Unidos
100,0
9
Alemanha
122,0
10
Austrália
125,1
11
Brasil
142,6
12
Japão
152,3
13
Itália
152,9
14
França
179,7
Fonte: Competitive Alternatives 2012, Special Report: Focus On Tax da KPMG.
A pesquisa também mostra que as organizações de pesquisa e desenvolvimento (P&D) tendem a experimentar as maiores variações nos custos fiscais entre países, em grande parte devido à intensa competição entre muitos países para atrair tais empreendimentos a partir da oferta de incentivos fiscais generosos. Mas o levantamento alerta que os executivos de P&D fariam bem se analisassem o espectro total de tributos incidentes: a França é a primeira colocada em alíquotas de imposto de renda sobre organizações de P&D (impressionante alíquota negativa de 65% devido a créditos tributários restituíveis), mas classifica-se em um distante último lugar em relação ao total de tributos devido a outros altos impostos sobre a pessoa jurídica e custos trabalhistas muito altos estipulados por lei.
“As alíquotas tributárias mudam constantemente – particularmente nestes tempos de crise fiscal – e as autoridades tributárias estão prospectando agora oportunidades de melhorar as alíquotas por meio do uso de tributos indiretos e outros, incluindo tributos crescentes sobre a pessoa jurídica. Em uma era de competitividade global, aumentos em alíquotas fiscais aplicadas às empresas podem ter consequências negativas imediatas e de longo prazo sobre os investimentos corporativos”, alerta Wiebe. “As empresa precisam considerar seriamente como esses diferentes tributos têm impacto sobre suas operações e avaliar o peso total dos tributos a que se submetem."
A carga tributária total pode também variar de cidade para cidade dentro da mesma extensão territorial. A pesquisa, que comparou 113 cidades de 14 países, descobriu que a diferença de carga tributária entre Cincinnati e São Francisco (nos EUA), por exemplo, era maior do que 25%; e a diferença entre Osaka e Tóquio foi de mais de 20%; enquanto a variação entre Amsterdã e Roterdã foi de mero 0,5%.
No geral, as mudanças no Índice Fiscal Total de todos os países são o produto de uma série de fatores, incluindo:
Mudanças nas alíquotas tributárias, sendo as diminuições nas alíquotas fiscais incidentes sobre a pessoa jurídica o tópico mais comum nas recentes mudanças;
Alterações nos incentivos, incluindo incentivos que venceram na Itália e incentivos revisados na Austrália;
Mudanças cambiais, incluindo a significativa valorização do dólar australiano e do iene japonês, assim como a desvalorização do euro e da libra esterlina nos últimos dois anos (mudanças nas taxas de câmbio influenciam os resultados do Índice Fiscal Total pela mudança do custo do dólar relativo a tributos que não incidem sobre a renda);
Fatores menores, incluindo mudanças nos custos subjacentes de negócio em cada local (por exemplo, valores de imóveis e salários).
“A conclusão aqui é que – em que pese o Fisco estar querendo aumentar sua receita de tributos – as empresas parecem cada vez mais dispostas a realocar suas operações de modo a se beneficiar de custos menores, incluindo a carga tributária," completou Wiebe.
A análise é baseada em informações sobre custos coletadas principalmente entre julho de 2011 e janeiro de 2012. Os tributos refletem alíquotas fiscais vigentes em 1° de janeiro de 2012, e também incorporam quaisquer mudanças anunciadas naquele momento para surtirem efeito em datas posteriores especificadas. As alíquotas fiscais e outras informações relacionadas a tributos também estão sujeitas a outras mudanças como resultado de nova legislação, decisões judiciais e pronunciamentos administrativos. É claro que as taxas de câmbio e outros fatores de custo mudam ao longo do tempo.
Fonte: KPMG
http://www.kpmg.com/BR/PT/Estudos_Analises/artigosepublicacoes/Pagi...
© 2025 Criado por José Adriano. Ativado por
Você precisa ser um membro de Blog da BlueTax moderado por José Adriano para adicionar comentários!
Entrar em Blog da BlueTax moderado por José Adriano