Para o ex-ministro da Fazenda, ‘a ideia de reduzir impostos não é factível’
18 de novembro de 2010 | 12h 04
Francisco Carlos de Assis, da Agência Estado
SÃO PAULO - O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto defendeu durante o Seminário Reforma Tributária Possível, que é realizado nesta quinta-feira, 18, em São Paulo, pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), que a reforma tributária tem de tornar tal sistema eficiente e isso não quer dizer necessariamente reduzir o tamanho da carga tributária. "A ideia de reduzir impostos não é factível. Temos que aproveitar essa gente que está chegando (no mercado de trabalho) e distribuir melhor a arrecadação", comentou.
"Se tentarmos fazer uma reforma completa não conseguiremos. Se focarmos em alguns pontos, aí sim, poderemos obter algum sucesso", afirmou. De acordo com Delfim Netto, o principal desafio do próximo governo é convencê-lo de que todas as suas despesas têm que crescer menos do que o PIB, pois desta forma é que o País reunirá condições de investir mais para crescer sem pressão inflacionária. O ex-ministro ressaltou que a bolsa de valores no Brasil tem todas as condições de captar recursos e transformá-los em poupança interna.
"Os impostos têm que ser distribuídos igualmente. Temos que entender que a justiça social não se faz na saída (de recursos do Tesouro) , mas sim na chegada", comentou. "O morador do Piauí tem que ter o mesmo direito e igualdade de oportunidades que tem o morador de qualquer outra região do País", disse. Segundo o ex-ministro, não importa onde o cidadão nasceu, se foi "no Waldorf Astoria ou debaixo de um poste de luz. A sociedade precisa convencer o governo desta ideia. Temos que enfrentar o Congresso e mostrar que ele é o filtro e que essas coisas são boas", disse.
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