Blog da BlueTax moderado por José Adriano
Blog da BlueTax
O Imposto de Renda (IR) das pessoas jurídicas teve queda real de 13,9% em maio, em relação ao mesmo mês do ano passado. A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) teve redução de 9,3% na mesma comparação. A arrecadação geral da Receita somou em maio R$ 77,97 bilhões e teve elevação de 3,82%. O desempenho chama a atenção, porque em abril o IR das empresas e a CSLL já haviam apresentado queda real, de 0,64% e 1,65%, respectivamente, enquanto o recolhimento total aumentou em 3,49%. Os valores foram atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
No acumulado de janeiro a maio, a tributação sobre lucro ainda cresce acima da média, na comparação como mesmo período do ano passado. O IR das empresas teve nesse período elevação de 6,3% e a CSLL, aumento de 8,21%. Os dois tributos crescem acima da média de 3,8% de alta da arrecadação administrada pela Receita. Esse crescimento, porém, ainda carrega o valor recolhido do ajuste dos dois tributos calculados sobre o lucro de 2011.
Com o desempenho dos primeiros cinco meses do ano, a estimativa de crescimento da arrecadação da União foi reduzida para 4% em termos reais. A previsão é de Zayda Manatta, secretária-adjunta da Receita, que há um mês projetava o aumento da arrecadação do Fisco entre 4% e 4,5%. "Podemos dizer que o ritmo de crescimento está mais para 4% do que para 4,5%."
Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal, acredita que a evolução do IR e da CSLL reflete uma queda de rentabilidade das empresas, em razão da desaceleração econômica. "O IR e a CSLL são calculados sobre o lucro e são os primeiros a sentir o desaquecimento da economia", disse.
Uma evolução do Imposto de Renda abaixo da média tem vários impactos, diz Everardo. O tributo é o principal componente das transferências obrigatórias da União a Estados e municípios e também integra os fundos de desenvolvimento regionais. O crescimento da contribuição previdenciária, afirma, ajuda a arrecadação geral da Receita Federal, mas essa arrecadação tem seus recursos destinados à Previdência.
Zayda diz que a arrecadação neste ano está crescendo apoiada no consumo, aumento da massa salarial e venda de bens e serviços. A produção industrial tem dado contribuição cada vez menor para o recolhimento dos tributos.
Há meses a indústria praticamente não aparece na lista dos segmentos que mais contribuíram para o crescimento da arrecadação. As entidades financeiras e o comércio varejista são os setores que puxaram o avanço do recolhimento de tributos em maio. Em uma lista de dez segmentos, a única atividade industrial que aparece é a de fabricação de bebidas.
O fraco ritmo da economia já se reflete na arrecadação de tributos que incidem sobre o faturamento das empresas. Entre janeiro e maio deste ano, a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) destinou R$ 68,4 bilhões aos cofres da Receita, resultado 2,2% acima do verificado em igual período do ano passado. Já o PIS/Pasep somou R$ 18,5 bilhões nos primeiros cinco meses deste ano, o que representa alta de 3,1%.
Zayda também lembrou que a desoneração adotada pelo governo pode, indiretamente, levar a um aumento de arrecadação. "Algumas medidas que o governo toma causam uma mexida na economia. Isso pode eventualmente provocar a arrecadação de outro produto. O governo está desonerando IPI, mas isso pode render arrecadação maior de PIS/Cofins", disse.
De acordo com a secretária-adjunta, deverá ser feita, em julho, revisão da arrecadação prevista para 2012 no Orçamento da União para considerar medidas recentes do governo, que abaixam as estimativas. É caso da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da decisão de zerar a Contribuição sobre Intervenção no Domínio Público (Cide) sobre gasolina e diesel.
Em maio, a evolução da massa salarial compensou parte da queda de arrecadação com os tributos sobre o lucro. A receita previdenciária em maio teve elevação real de 9,3% na comparação com o mesmo mês de 2011, alta maior que os 3,8% de crescimento real do total arrecadado pelo governo. A Receita credita a alta da contribuição previdenciária ao crescimento de 11% da massa salarial em abril, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em maio, a contribuição previdenciária foi responsável por 30,8% da arrecadação geral da Receita. (João Villaverde, Edna Simão, Thiago Resende e Marta Watanabe)
Fonte: Valor Econômico
http://www.contabeis.com.br/noticias/6412/rentabilidade-das-empresa...
© 2025 Criado por José Adriano. Ativado por
Você precisa ser um membro de Blog da BlueTax moderado por José Adriano para adicionar comentários!
Entrar em Blog da BlueTax moderado por José Adriano