Blog da BlueTax moderado por José Adriano
Blog da BlueTax
Um Auditor Fiscal estadual, no Rio Grande do Sul, chega a receber mais de R$ 30 mil por mês. A maior remuneração final é de R$ 30.992,61, enquanto o maior vencimento é de R$ 8.679,00, de acordo com levantamento realizado pelo Departamento de Estudos Técnicos do Sindifisco Nacional, em fevereiro deste ano.
Boa parte dessa diferença entre os valores obser- vados no vencimento e na remuneração final se deve ao pagamento de uma Gratificação de Produtividade Fazendária e de um Prêmio de Produtividade e Eficiência, ambos atrelados ao desempenho institucional.
A gratificação é apurada e paga mensalmente, com base nos resultados da produção fiscal, da pro- dução da cobrança administrativa e do ingresso efe- tivo resultante, bem como do desempenho das finan- ças públicas no trimestre que termina no mês anterior ao do pagamento. Já o prêmio é atribuído de acordo com o cumprimento de metas da Secretaria da Fazenda definidas no planejamento estratégico.
O modelo gaúcho demonstra o reconhecimento e a valorização dos Auditores Fiscais do Rio Grande do Sul, com a adoção de uma estratégia de remuneração viável e inteligente. A experiência na fiscalizaçãosulista também exacerba a grave discrepância entre a remuneração dos Auditores Fiscais da RFB(Receita Federal do Brasil) e a de fiscais estaduais. “Embora ambos sejam essenciais ao funcionamento do Estado, a realidade é que a RFB é um órgão nacional, com um maior número detributos, incluindo as contribuições previdenciárias, e uma complexidade maior no trabalho, diferentemente dos estados, onde as competências e as atribuições são em menor número. Esta diferença deveria, portanto, ter reflexo na remuneração recebida pelos Auditores da RFB em relação aos Auditores estaduais, mas o que vemos é exatamente o contrário”, destaca o presidente do Sindifisco, Cláudio Damasceno.
O Bônus de Eficiência Institucional foi idealizado como um mecanismo para mitigar tal distorção. A proposta apresentada pelo Sindifisco e construída em conjunto com a Administração foi incluída pela Classe, em Assembleia Nacional, na pauta reivindicatória da Campanha Salarial 2014. “De uma forma geral, os fis- cos estaduais já percebem há algum tempo uma parcela variável na sua remuneração. A implementação do Bônus viria nesta mesma linha para a fiscalização federal, o que garantiria uma remuneração mais condizente com as nossas atribuições, tendo em vis- ta que os recursos necessários para o pagamento do Bônus viriam do esforço de arrecadação e pela eficiência do órgão”, acrescenta Damasceno.
Há ainda outros exemplos gritantes do desnível entre os valores pagos pelos governos de alguns estados e o Governo Federal. Em Minas Gerais, o maior rendimento apurado chega a R$ 48.165,61. Na Bahia e no Piauí, a R$ 41.042,56 e R$ 37.458,64, respectivamente. Nos dois últimos, a remuneração é composta também por gratificações vinculadas ao cumprimento de metas fazendárias.
Outro caso que confirma a necessidade de um mecanismo para resolver a questão da remuneração dos Audito- res Fiscais da RFB é o de Santa Catarina. Nesse estado, a maior remuneração chega a R$ 24.177,61, com uma parcela fixa – vinculada aos subsí- dios dos desembargadores estaduais – e uma variável, baseada na arrecadação.
O não comprometimento a desempenhos individuais é uma das três premissas básicas do Bônus estabelecidas pelo CDS (Conselho de Delegados Sindicais) e seguidas à risca na elaboração da proposta. As outras duas são a manuten- ção do subsídio e a paridade entre os Auditores da ativa e aposenta- dos e pensionistas.
O direito ao recebimento será estabelecido com base no Índice de Eficiência Institucional, calculado a partir da soma de resultados obtiAtualmente, a RFB é avaliada de acordo com tais indicadores e atinge um percentual equivalen- te, em média, a 93%. Só para ter uma ideia do valor do Bônus, caso o órgão atingisse 100% do índice de eficiência e tendo como base de cálculo 45% do maior subsídio, a parcela extra corresponderia a aproximadamente R$9 mil – o que pode ser um importante avanço na reestruturação da remuneração dos Auditores Fiscais. O Bônus será pago trimestralmente e custeado com recursos do Fundaf (Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização) não superiores a 25% do fundo, que deverão ser legalmente reservados para tal finalidade.
Entenda o Bônus
A ideia surgiu da necessidade de equiparar a remuneração à relevância da atividade fiscal da RFB. Foi formado, então, um GT (Grupo de Trabalho) com representantes da Administração e Auditores Fiscais do Sindifisco Nacional. O Grupo terminou os trabalhos em maio do ano passado, concluindo pela viabilidade jurídico- -constitucional da proposta e apresentando um relatório final, com uma minuta de Projeto de Lei. Os documentos, dirigidos à presidente da República, Dilma Rousseff, foram enviados pela Adminis- tração da RFB à Secretaria- -Executiva do Ministério da Fazenda e devem ser enca- minhados ainda ao Ministé- rio do Planejamento. Aprova- do em Assembleia Nacional no mês de março, o Bônus é parte integrante da pauta reivindicatória da Campanha Salarial 2014.
Premissas
A implementação do Bônus é condicionada ao atendimento de três premissas da Classe, aprovadas pelo CDS, que são: a compatibilidade com o subsídio; o não estabelecimento de metas individuais; e a extensão da parcela adicional aos aposentados e pensionistas.
Fonte: Integração Sindifisco, Edição nº 42 – 03 Julho 2014
http://www.robertodiasduarte.com.br/auditores-fiscais-bonus-de-efic...
© 2025 Criado por José Adriano. Ativado por
Você precisa ser um membro de Blog da BlueTax moderado por José Adriano para adicionar comentários!
Entrar em Blog da BlueTax moderado por José Adriano