Escrito por: Vincent Baron

No início de setembro, começou a valer o calendário definido pelo governo para a implementação do Sistema Público de Escrituração Fiscal (SPED). Até 2012, todas as empresas, independentemente de seu porte ou do segmento, precisão prestar contas à Receita Federal de forma digital. Ou seja, todos os procedimentos hoje realizados em papel, das notas fiscais ao livro caixa, serão realizados de forma eletrônica.

A migração para a escrituração fiscal eletrônica começou de forma lenta, mas ainda é um desafio para muitas empresas. Nos últimos meses, de acordo com o calendário de migração, muitas empresas já tiveram de iniciar as mudanças na forma de envio das informações ao Fisco.

Muito mais do que ajustes contábeis, porém, ou recursos destinados à tecnologia, o SPED representa uma mudança estrutural e, consequentemente, exige maior profissionalização de pequenas e médias empresas. Em muitos casos, as mudanças poderão gera, inclusive necessidades de adaptação e reestruturação na forma de gestão da companhia.

O maior problema pode estar relacionado à complexidade do nosso sistema tributário e à falta de conhecimento. Pequenos e médios empresários, ao adotar a Nota Fiscal Eletrônica, podem se deparar inclusive com queda de rentabilidade. Além da facilidade e de agilidade de gestão, o problema da sonegação é um dos principais motivadores da implementação do registro eletrônico.

No entanto, para muitos pequenos e médios empresários, dúvidas comuns e simples referentes ao registro de vendas e processos acabam gerando erros tributários que são eliminados com a NF-e.

Neste contexto, há a possibilidade de queda imediata da rentabilidade pelo simples fato da adoção da NF-e. Além disso, apesar da facilidade e da agilidade no registro, para atender a todas as exigências do SPED muitas vezes é preciso investimentos em tecnologia, como softwares e até mesmo capacitação de funcionários.

Todo este cenário, inicialmente, pode ser analisado como negativo para pequenos e médios empresários, uma vez que aumentam os gastos e reduzem a rentabilidade. No entanto, é preciso analisá-lo como oportuno.

Trata-se de um momento delicado que pode favorecer a avaliação do negócio e da forma de gestão da empresa. Os gestores podem, e devem, aproveitar todas as mudanças para fazer uma grande análise do seu negócio. É preciso identificar oportunidades para melhorar processos, aumentar a produtividade e melhorar a rentabilidade.

Transições críticas exigem avaliação, planejamento e controle de gestão. Independentemente do porte ou do segmento da empresa, se há queda de receita, é preciso avaliar todo o posicionamento e identificar oportunidades de melhorar produtividade, ou até mesmo novos nichos que podem ser explorados.

Planejamento estratégico e profissionalização de gestão não são ferramentas utilizadas apenas para grandes empresas. Trata-se de ferramentas necessárias para avaliar posicionamento, traçar objetivos e definir o como alcançá-los. E, apenas seguindo estes passos, pequenos e médios empresários conseguem tornar sua empresa mais profissional e crescer de forma estruturada.

O SPED pode ser o impulsionador desta mudança. É preciso aproveitar a oportunidade e planejar as mudanças necessárias para manter rentabilidade e crescimento em alta.

Fonte: DCI – SP

http://contabilidadenatv.blogspot.com/2009/11/sped-exige-profission...

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