Blog da BlueTax moderado por José Adriano
Blog da BlueTax
O Sped, sigla de Sistema Público de Escrituração Digital, ainda é um desafio para as empresas, sobretudo as menores. No mês de março, as companhias tributadas pelo regime do lucro presumido estrearam o sistema com a entrega obrigatória da EFD-Contribuições, que reúne dados do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
Mas o despreparo das empresas e dos escritórios de contabilidade para lidar com a sofisticação do projeto fez com que muitas perdessem o prazo. Dados da Receita Federal mostram que, no mês de abril, de um universo de 1,29 milhão de empresas (lucro real e presumido) obrigadas a enviar o arquivo, 200 mil companhias não prestaram contas ao fisco. O problema não para por aí. Para fugir da multa por atraso, há casos de empresas que enviaram arquivos em branco ou com erros, o que poderá gerar fiscalização futura e autuações.
“Os empresários ainda não entenderam que o Sped é um chamado à gestão. O fisco quer dados sobre as compras, vendas, estoques e apurações dos tributos”, alerta o administrador de empresas e especialista no assunto, Roberto Dias Duarte.
Além do EFD-Contribuições, as empresas menores também foram obrigadas a enviar o EFD-Fiscal, que traz dados sobre o ICMS e o IPI. O prazo de entrega é determinado por cada estado, de acordo com o ramo de atividade. No Estado de São Paulo, por exemplo, até 2014, a obrigação vai alcançar 200 mil empresas. Por trimestre, 40 mil novas companhias passam a ser obrigadas a entregar esse arquivo.
Obstáculos – De acordo com o gerente de vendas da Aoki Sistemas, especializada em soluções fiscais, Sílvio Carlos Valentini, são inúmeros os obstáculos quando o assunto é o Sped. Há caso de companhias que não têm sistema, de firmas que já compraram o software, mas não estão familiarizadas com o assunto e ainda aquelas com dificuldades para gerar o arquivo corretamente. “O Brasil possui uma diversidade fiscal muito grande e isso exige cuidado na hora de dar entrada nos dados. É preciso, por exemplo, entender da natureza fiscal de cada produto”, explica.
Na opinião do diretor da Prosoft, Iron Garrido, mais do que a entrega fora do prazo, o problema maior é o envio de informações erradas. “A qualidade das informações prestadas exige uma organização administrativa, inexistente nas empresas menores.
Quase 100% delas não fazem uma análise cuidadosa dos dados antes de enviarem ao fisco”, analisa. Para ele, os pequenos empresários precisam se conscientizar da importância de uma gestão eficiente e esse processo deve envolver entidades da classe contábil e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Outro agravante é a falta de mão de obra qualificada para operacionalizar o sistema, o que elevou o valor dos salários nos últimos anos. São comuns os casos de empresas que, depois de investirem no treinamento de profissionais, perderam o funcionário para uma companhia de grande porte, que paga melhor remuneração. “Na cidade de São Paulo, o salário médio de um profissional que entenda do Sped varia de R$ 7 mil a R$ 12 mil”, informou.
Além de revolucionar a rotina das empresas na forma de prestar contas sobre as suas transações comerciais ao fisco e provocar transformações no mercado de trabalho contábil, o Sped vem chamando a atenção de empresas estrangeiras pelo volume de investimentos envolvido. Na semana passada, por exemplo, a Prosoft foi vendida para o Grupo Wolters Kluwer, empresa holandesa e uma das líderes mundiais na área de softwares contábeis e fiscais. É o primeiro grande negócio envolvendo uma empresa de software em tempos de Sped.
Fonte: Diário do Comércio/SP
http://www.robertodiasduarte.com.br/index.php/sped-uma-plataforma-d...
© 2025 Criado por José Adriano. Ativado por
Você precisa ser um membro de Blog da BlueTax moderado por José Adriano para adicionar comentários!
Entrar em Blog da BlueTax moderado por José Adriano