Otacílio Cartaxo assume com a economia em crescimento e o fim das desonerações. Em pouco tempo, terá bons números para mostrar

Luciana de Oliveira

Otacílio Cartaxo: ele substitui Lina Vieira, que viu a arrecadação cair 7,4% no ano

Após raios e trovoadas, a chuva sobre a Receita Federal começa a se transformar em garoa. E a previsão é de tempo bom já no último trimestre. A partir de outubro, serão encerradas gradualmente as desonerações concedidas pelo governo para manter aquecidos setores importantes da economia. E a agonia da queda da arrecadação, que já dura nove meses, pode, finalmente, ser revertida - neste ano, a queda acumulada até julho é de 7,39%. Sinal da sorte de Otacílio Cartaxo, comandante do Fisco que assumiu o cargo há duas semanas e já está diante de expectativas otimistas poucas vezes experimentadas por sua antecessora, Lina Vieira.

Sorte, aliás, que nunca deixou o paraibano nos 28 dias em que ocupou o cargo interinamente, após a demissão de Lina. Nesse período, acompanhou pela imprensa as inúmeras indicações que despontavam para o posto. Da Fazenda saíam nomes como os de Nelson Machado, braço direito do ministro Guido Mantega, e de Valdir Simão, chefe do INSS. Experiente e tranquilo, Cartaxo conduzia o órgão indiferente aos burburinhos e seguindo fielmente as orientações de Machado e Mantega. Cartaxo conquistou o cargo no depoimento à CPI da Petrobras, no Senado.

Ele afirmou aos senadores que não era ilegal a mudança no cálculo tributário feita pela Petrobras, que permitiu uma redução de R$ 4,3 bilhões nos impostos devidos. Ele informou ainda que, até aquele momento, 10.501 empresas tinham feito o mesmo procedimento da estatal. "Ele é um técnico muito competente e explicou detalhamente a atuação da Petrobras", disse o ministro da Fazenda quando anunciou, no evento das Melhores da DINHEIRO, que ele ficaria no cargo em definitivo. Internamente, a tranquilidade ainda não chegou.

Apesar de integrante da equipe de Lina, ele deve substituir vários dos auxiliares deixados pela antecessora, inclusive alguns superintendentes, atendendo à orientação dos chefes da Fazenda. Na relação com os contribuintes, ele quer manter a orientação dada pelo ministro Mantega: melhorar o atendimento, com aumento dos serviços oferecidos pela internet, e mudar o foco da fiscalização, de pessoas físicas para os grandes contribuintes. De qualquer maneira, a melhora na economia vai ajudar Cartaxo nos próximos meses

http://www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/620/artigo150118-1.htm

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