Academia acompanha os caminhos do profissional contábil

Por Eduardo Lesina

Se o cenário profissional de contabilidade está passando por transformações, o ensino das Ciências Contábeis também está atrelado às modificações. O avanço da tecnologia no segmento fez com que os pensadores dos cursos de graduação em Ciências Contábeis também seguissem as tendências, assim como no mercado. A tendência dos contadores assumirem papéis de gestão e de tomada de decisões dentro de uma empresa, também foi absorvida pelas academias que dispõe do curso. "Antes, o profissional era formado para fazer o operacional. Hoje, o estudante está saindo mais capacitado a vender suas ideias para a empresa", avalia Patrícia Coelho, coordenadora dos cursos de graduação e pós-graduação em Ciências Contábeis da São Judas Tadeu. Para Patrícia, a ideia de ter um estudante engajado no processo de interpretar os dados, ler cenários e tomar decisões faz parte da quebra da antiga imagem que o contador tinha perante a sociedade. "Estamos preparando nossos alunos para exercerem um papel ativo em uma empresa", ressalta. Para trazer ao aluno uma experiência mais prática e ligada aos métodos do mercado, os laboratórios funcionam como a primeira experiência dos futuros contadores. "A conjuntura contábil também acompanha as questões da modernidade. Para isso, temos os laboratórios em que utilizamos os mesmos sistemas que se utilizam nos escritórios contábeis", aponta Silvio Taborda, coordenador do curso de Ciências Contábeis da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), relacionando com o primeiro contato com a prática do dia a dia da contabilidade. Seguindo o mesmo conceito dos laboratórios, a coordenadora na São Judas Tadeu avalia outras opções: "Os nossos alunos hoje estão participando mais ativamente em projetos e startups, aprendendo sobre os procedimentos e processos internos de uma empresa". Na ideia de um laboratório, o Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF) é uma solução para inserir o estudante na realidade contábil. O NAF é um projeto desenvolvido pela Receita Federal em parceria com as Instituições de Ensino Superior e tem como proposta oferecer serviços contábeis e fiscais gratuitos para pessoas, tanto físicas quanto jurídicas, de menor poder aquisitivo. A São Judas Tadeu conta com um núcleo que, segundo Patrícia, está muito atuante: "Nosso NAF tem sido um grande parceiro da receita federal, auxiliando o contribuinte de baixa e as empresas de pequeno porte", aponta. "Principalmente para que o aluno esteja preparado para resolver problemas reais e não aqueles programados". Segundo a coordenadora, a São Judas Tadeu tem menos de 3% de alunos em busca de trabalho no mercado. Pela tradição da escola, Patrícia ressalta que as empresas procuram a faculdade para contratar os novos profissionais: "As empresas entram em contato solicitando indicações de alunos e isso demonstra a qualidade e reconhecimento". Na Pucrs, a faculdade tem planos de inaugurar o seu Escritório Contábil para 2019, balizado nos mesmos princípios de orientação contábil e fiscal para pessoas de baixa renda e empresas de pequeno porte. Devido ao grande campo de atuação de um profissional da contabilidade (contador, auditor, pesquisador, perito, analista, controller, consultor), o plano acadêmico das universidades é semelhante, afunilando para as especificidades dentro do campo contábil. Aliado a isso, às oportunidades proporcionadas por esses laboratórios pode facilitar nas escolhas do futuro profissional. Essa trajetória se complementa com a história profissional dos coordenadores: Patrícia e Taborda assimilaram cargos de diferentes funções e, mesmo tendo definido seus caminhos escolhidos, foram acumulando conhecimentos das mais diversas áreas contábeis. Com essa visão mais ampla da contabilidade, somado às novas necessidades do mercado, com contadores mais voltados a auxiliar o manejo das empresas junto com os conselhos ou administradores, as Ciências Contábeis passam por mudanças dentro e fora do ambiente de formação. Para a presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul, Ana Tércia Rodrigues, que também é professora universitária na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), a contabilidade precisa se renovar e, para isso, é preciso otimizar o processo de ensino nas faculdades, planejando o futuro: "Não adianta olhar a profissão só para o hoje. É necessário diminuir os riscos através da qualificação", pontua.

Jornal do Comércio (https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/cadernos/jc_contabilidad...)

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