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Por Kênio de Souza Pereira
É impressionante como as pessoas desprezam o valor do conhecimento que decorre de anos de estudo, renúncia ao lazer e muita dedicação, pois pedem para um profissional que vive de prestar serviços que faça isso e aquilo de graça. E falam: faça esse favorzinho, para você é fácil! Realmente, depois de ter adquirido experiência à custa de erros e até tido prejuízos para aprender a fazer corretamente, se não fosse "fácil", esse profissional deveria estar fora do mercado.
Ignora-se que todos os bens, como o avião, automóvel, celular, televisor, computador, edificações, hospitais, shopping centers, decorrem do pensamento humano. Sem o trabalho intelectual estaríamos morando nas cavernas e andando a pé. De nada adianta a força física de 200 trabalhadores para construir um edifício sem o intelecto do arquiteto, do engenheiro e do calculista.
Causa perplexidade a postura de alguns valorizarem apenas os bens materiais. uma afronta à inteligência achar que a informação, a consultoria ou redação de documentos ou a elaboração de projetos caem do céu. São equiparadas a chuva, pois por essa ninguém paga! O trabalho intelectual dos advogados, juízes, cientistas, médicos, dentistas, engenheiros define nossa civilização, pois sem eles não teríamos o bem-estar, a segurança e o conforto que usufruímos.
Vimos o início da valorização de quem presta serviços com a informatização, pois sem o técnico e o programador, que cobram por hora, de nada serve a máquina no âmbito empresarial.
Alguns acham normal solicitar ao advogado um esclarecimento de uma dúvida que, dependendo do erro, pode resultar na perda de um imóvel. O mesmo ocorre com um mecânico, que sendo expert, pode evitar a perda de um motor. E tem gente que não dá valor. Simplesmente agradece e diz que irá indicar o escritório ou a oficina. Seria então justo o advogado ou o mecânico ir a um restaurante com sua família, almoçar, elogiar e despedir-se sem pagar e dizer: ótima comida, vou indicar para os amigos!
Com os edifícios e o viaduto que caíram recentemente, possivelmente porque quem contratou sua construção o fez com base no menor preço e não na competência e seriedade (parece que tem pouco valor o que deveria ser determinante), vemos nos jornais alguns colunistas solicitando serviços para o Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape-MG) e para o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea), para que estes façam laudos que identifiquem a causa das tragédias que mataram pessoas. Interessante, ninguém fala quem deveria remunerar os profissionais que se empenhariam neste complexo trabalho, sendo comum o mais dedicado e competente na sua área ser o escolhido para este tipo de serviço, desinteressante para qualquer pessoa que tenha contas a pagar. notório que os diretores de entidades e conselhos nada recebem para representar a categoria, pois fazem por amor à atividade, mas logicamente trabalham para os clientes que os contratam.
Poderia o profissional indicado para fazer o laudo sem custo e que compõe uma entidade enviar para quem desejar seu parecer de graça as guias do IPVA e do seguro do seu carro, a conta do supermercado, bem como os boletos do IPTU e do aluguel da sua casa. Assim, despreocupado com esses "detalhes", teria tempo livre para fazer o laudo, pelo qual nada cobraria.
Escrever qualquer um sabe, mas fazê-lo com arte, criatividade, como um publicitário, ou com coesão, imparcialidade e objetividade, como um jornalista, requer talento e estudo para tornar o conteúdo atraente. Logicamente, esses profissionais não ficaram anos aperfeiçoando seus conhecimentos para receberem um mero agradecimento. Eles, como os demais prestadores de serviços, não vivem somente de elogios, têm compromissos e contas a pagar, da mesma forma que o construtor, o dono da loja de eletrodomésticos e de móveis e os demais comerciantes.
Negar ao prestador de um serviço que colha os frutos do conhecimento que ele aprimorou para manter seu sustento e de sua família é desrespeitoso. Aquele que distorce uma situação para solicitar como favor um serviço, não faz outra coisa senão desvalorizar o suado crescimento alheio.
Sábia foi a afirmação da atriz Cacilda Becker. "Não me peça de graça a única coisa que tenho pra vender!". Somente os chatos e os espertalhões têm dificuldade para entender que o sucesso só vem na frente de trabalho no dicionário, pois insistem em pedir orientação ou serviço sem a devida combinação prévia de quanto custa.
Aquele que dá sem qualquer remuneração o que tem para vender é o primeiro a desmerecer seu esforço e conhecimento, pois dessa maneira não conseguirá obter os bens necessários à sua sobrevivência e muito menos manter seu negócio, pois seus custos com aluguel, água, energia elétrica, empregados e estrutura não são pagos com favores. Hoje, nem relógio trabalha de graça, pois este exige bateria e esta tem preço!
http://www.diariodocomercio.com.br/noticia.php?tit=respeito_ao_pres...
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