Blog da BlueTax moderado por José Adriano
Blog da BlueTax
Por Edson Vieira Souza*
Desde o século passado as sociedades buscam estabelecer mecanismos para controlar suas atividades e assegurar a estabilidade de seus mercados. Em determinados momentos da história é possível notar que as sociedades capitalistas identificaram a necessidade de implantar regras visando à correção dos problemas naturais decorrentes do capitalismo, de modo a fortalecer a sua economia e desenvolver a credibilidade ao mercado de capitais.
Foi a partir dessas regras que surgiu o termo “compliance”. Esta palavra da língua inglesa advém do verbo “to comply”, que significa cumprir, satisfazer, adequar.
Neste contexto, a mencionada palavra é basicamente o atendimento de leis, normas e códigos organizacionais e de conduta, assim como aos princípios da boa governança corporativa.
Importante mencionar que as regras legais de compliance nasceram de casos recentes práticos, como, por exemplo, a concordata da empresa americana Worldcom e a falência da empresa Enron. Daí, podemos extrair a importância da adoção de compliance para mitigar os riscos legais e de negócios.
No Brasil, as regras de compliance iniciaram-se no âmbito do sistema financeiro, onde as instituições financeiras obrigaram-se a adotar procedimentos rigorosos de controle interno e de gerenciamento de riscos, em consonância com as normas internacionais.
As novas exigências do mercado, decorrentes do crescimento e da profissionalização, têm obrigado muitas organizações a repensar seus modelos de gestão.
Atualmente, as empresas, independentemente de estarem ou não sujeitas a determinado órgão regulador em razão das atividades que desenvolvem, têm buscado adotar mecanismos de controle e fiscalização do cumprimento de normas legais e regras de conduta para garantir a adequada administração de riscos inerentes ás suas atividades, e, assim, minimizam tais riscos e por conseqüência evitam perdas financeiras ou problemas ligados à sua imagem e reputação.
No entanto, destaco que a compliance deve ir além da simples adoção e verificação da conformidade e adequação às leis; deve buscar inserir na cultura das organizações a consciência de que cada indivíduo e colaborador necessitam conhecer, desenvolver e aplicar impedindo problemas e desconformidades que possam gerar diversas conseqüências negativas.
Pode-se entender que as regras de compliance, para serem efetivas e cumprirem seus objetivos, devem estar inseridas no dia-a-dia das empresas, inclusive culturalmente, de forma que busquem monitorar todas as áreas da empresa e assegurar o cumprimento de seus processos internos.
Por meio da leitura de artigos e notícias ligadas ao mundo empresarial é possível perceber que as empresas em compliance possuem maior acesso ao crédito, pois apresentam menores riscos e, por outro lado, conseguem aumentar a sua atuação no mercado em que estão inseridas porque transmitem aos seus clientes e potenciais clientes maior segurança no cumprimento de suas obrigações.
Aproximadamente entre 70 e 80% dos investidores estão dispostos a pagar um valor maior no mercado de ações pelas organizações que praticam Governança Corporativa; isso acontece no mundo inteiro independentemente do porte das empresas.
Compliance é verdadeiramente um dos pilares em que se apóia a Governança Corporativa e sua adoção demonstra claramente o comprometimento das empresas em fortalecer os seus negócios, através de bases sólidas e sustentáveis. Pense nisto!
*Edson Vieira Souza é sócio-diretor financeiro da Aliz Inteligência Sustentável
Fonte: TI Inside
© 2024 Criado por José Adriano. Ativado por
Você precisa ser um membro de Blog da BlueTax moderado por José Adriano para adicionar comentários!
Entrar em Blog da BlueTax moderado por José Adriano