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Em um evento na Câmara (27/3), foi instalada a Frente Parlamentar Mista da Reforma Tributária (27/3). Segundo o coordenador da frente, deputado Luis Miranda (DEM-DF), a atual carga tributária penaliza os mais pobres e a intenção é lutar por uma reforma tributária que desonere o consumo e aumente as alíquotas cobradas sobre a renda. De acordo com ele, a reforma tributária é condição indispensável para a retomada do crescimento do país.
Em dezembro do ano passado, foi aprovada em comissão especial uma proposta de reforma tributária (PEC 293/04) que simplificou o sistema tributário. O texto extingue oito tributos federais (IPI, IOF, CSLL, PIS, Pasep, Cofins, Salário-Educação e Cide-Combustíveis), o ICMS, que é estadual, e o ISS, um imposto municipal. No lugar deles, surgiria um imposto estadual sobre o valor agregado, chamado IBS, Imposto sobre Operações com Bens e Serviços, e um imposto federal sobre bens e serviços específicos. O coordenador da frente parlamentar pela reforma tributária, Luis Miranda, afirma que a proposta é uma opção:
"Mas existem outras opções, inclusive a Anfipe, a Fenafisco, o Sindifisco, eles trouxeram estudos com 800 páginas com várias opções de texto a serem discutidos. Porque não adianta a gente começar de fora pra dentro, como estamos vendo na reforma da Previdência a dificuldade que é discutir com os parlamentares um texto que já está pronto. O objetivo da frente é o contrário. É discutir primeiro com os parlamentares o que eles aceitariam. O que eles acreditam que é o melhor caminho para uma possível aprovação e, a partir daí, desse momento, termos um texto final para propor para o governo."
A Anfip, Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal e a Fenafisco, Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital, defendem o que chamam de "Reforma Tributária Solidária", que visa aumentar a arrecadação por meio da diminuição dos tributos indiretos, os que incidem sobre o consumo e serviços, e aumento nos tributos diretos, que são os que incidem sobre a renda e o patrimônio. De semelhante com a proposta aprovada na comissão especial, o grupo defende a diminuição do número de tributos e a criação de um imposto único sobre bens e serviços, o Imposto sobre Valor Agregado. As entidades defendem o uso prioritário do imposto para a saúde, a educação e a segurança. O grupo também defende a volta da tributação sobre lucros e dividendos e a criação do Imposto sobre Grandes Fortunas.
O relator da proposta de reforma tributária aprovada na comissão especial em dezembro do ano passado, o ex-deputado Luiz Carlos Hauly, espera que a frente parlamentar defenda a aprovação de sua proposta, ainda que discuta possíveis mudanças:
"Porque seria um tremendo desperdício de trabalho que já está feito. O projeto está aprovado por unanimidade na comissão. Daqui pra frente, é fazer o ajuste, o que deve ser feito, é óbvio. Ninguém é dono da verdade, para que possamos já ganhar dois ou três anos de discussão, foi o que levamos pra aprovar esse projeto."
A Frente Parlamentar Mista da Reforma Tributária conta com 187 deputados e 39 senadores.
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