Governo deve adotar novas desonerações

Quarta-Feira, 05 de Agosto de 2009 | Versão Impressa

Segundo secretário do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 'obsessão' é ampliar taxa de investimento do País

Lu Aiko Otta, BRASÍLIA

O governo poderá adotar novas medidas de desoneração dos investimentos, segundo informou ontem o secretário de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Meziat. "Continua sendo obsessão do governo aumentar a taxa de investimento, a formação de capital fixo", disse. "Imagino que alguma medida possa surgir nessa direção." O secretário fez essa afirmação ao comentar reportagem publicada na edição de segunda-feira do Estado, na qual industriais paulistas sugerem ao governo reduzir a tributação sobre o investimento, em vez de prosseguir com as medidas de estímulo ao consumo que vêm sendo adotadas para combater a crise.

Os empresários também avaliaram que, com a crise, será necessário rever as metas da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), nome oficial da política industrial do governo. Meziat discordou. "As metas não serão alteradas, porque a PDP é uma política de longo prazo", disse. Ele observou, por exemplo, que a meta de elevar a taxa de investimentos no País para 21% do Produto Interno Bruto (PIB) já havia sido atingida antes da crise. Ela teve uma ligeira queda, mas está em recuperação. Meziat também acredita que será possível atingir a meta de exportar US$ 208 bilhões em 2010.

MADE IN CHINA

Ontem, o setor de brinquedos foi incluído na PDP - o que significa que ganhará medidas específicas para seu desenvolvimento. A principal meta dos fabricantes é tomar dos concorrentes chineses uma fatia de 10% do mercado brasileiro até o final de 2010. Hoje, os brinquedos brasileiros suprem 55% do consumo nacional e os chineses, 45%. O setor pretende reduzir seus preços em 5%, aumentar o faturamento em 12% e elevar em 15% o consumo de brinquedos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Para atingir esses objetivos, as indústrias pretendem investir R$ 20 milhões até o ano que vem. Desses, metade deverá ser emprestada pelo BNDES. Porém, segundo informou o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista da Costa, os fabricantes de brinquedos estão na "lista negra" do banco desde 1995, quando o setor praticamente quebrou diante da abertura do mercado brasileiro. A retomada do crédito será uma das medidas da PDP.

Outras possíveis medidas são: desoneração tributária, novas medidas de regulação e até o uso do poder de compra do Estado para estimular o setor. Uma ideia para o futuro, segundo Meziat, é criar um programa do governo para a aquisição de brinquedos educacionais. Essas medidas serão detalhadas nos próximos 20 dias.

A proteção contra a concorrência chinesa será fortalecida com a intensificação do combate ao subfaturamento de importações. Segundo o presidente da Abrinq, os brinquedos chineses entravam no Brasil custando US$ 1,10 por quilo em 2003. No ano passado, com a aplicação de fiscalização e licenças não automáticas, o preço havia subido para US$ 8,70. A meta é elevar o custo para US$ 10,00.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090805/not_imp413624,0.php

Exibições: 55

Comentar

Você precisa ser um membro de Blog da BlueTax moderado por José Adriano para adicionar comentários!

Entrar em Blog da BlueTax moderado por José Adriano

Comentário de José Adriano em 5 agosto 2009 às 10:33
Governo pode criar novas desonerações

Empresários pedem que política de investimentos seja ampliada

O governo poderá promover novas desonerações no investimento. A informação é do secretário de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Meziat, durante lançamento da política industrial do setor de brinquedos. “Continua sendo obsessão do governo aumentar a taxa de investimento, a formação de capital fixo no Brasil. Imagino que algumas medidas possam surgir nessa direção”, disse o secretário.

Ele fez esses comentários em resposta a críticas de empresários, que pediam mais medidas de estímulo ao desenvolvimento, ao invés do promover o consumo como vem sendo feito pelo governo em resposta à crise. Os empresários disseram ainda que a crise tornaria necessário rever as metas da Política de Desenvolvimento da Produção (PDP), lançada pelo governo Lula. Meziat, porém, discordou desse ponto. Ele observou que a meta de elevar a taxa de investimento no País para 21% do PIB já tinha sido atingida antes da crise, sofreu uma leve redução, mas se recuperou.

Os brinquedos foram incluídos na política industrial e terão uma série de medidas visando a atingir, até o final de 2010, seis metas principais. Primeiro, elevar em 12% o faturamento do setor, que foi de R$ 2,5 bilhões no ano passado; investimento de R$ 20 milhões, dos quais metade será emprestada pelo Bndes; geração de mil novos empregos; redução de 5% nos preços que, segundo o setor, hoje são na maioria na casa dos R$ 30,00; elevação do market share da indústria brasileira no mercado nacional dos atuais 55% para 65%; crescimento em 15% do acesso ao consumo por crianças nas regiões Norte e Nordeste e Centro-Oeste e 7% no Sul e Sudeste.

Meziat explicou que, para atingir tais objetivos, o governo poderá usar de desonerações tributárias, oferta de crédito, poder de compra do Estado, aprimoramento técnico e novas medidas de regulação. Entre as medidas para reduzir o peso dos produtos chineses no mercado brasileiro está o fortalecimento do combate ao subfaturamento de importações.

O principal desafio da política industrial do setor de brinquedos é tirar dos chineses uma fatia de dez pontos percentuais do mercado brasileiro. Hoje, o produto nacional supre 55% do consumo, enquanto os chineses respondem por 45%. A meta é elevar a participação nacional para 65% até o final do ano que vem, segundo informou o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio
Batista Costa.

Bernardo admite que pode ocorrer nova ajuda à indústria
O governo federal estuda adotar novas medidas de estímulo à indústria, disse ontem o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Estão em análise, segundo ele, formas de acelerar a recuperação de setores que vêm retomando a produção de forma mais lenta depois do baque provocado pela crise econômica mundial. Entre os setores que estão recebendo acompanhamento especial e que poderão ser contemplados estão as indústrias de commodities metálicas, metalmecânica e exportadoras.

“Estamos fazendo avaliações permanentes. Esses setores continuam merecendo mais atenção. Não há nada definido, mas havendo necessidade e entendimento do governo, poderemos adotar algumas medidas”, afirmou o ministro. Sobre o resultado da produção industrial brasileira na primeira metade de 2009, divulgado na segunda-feira pelo IBGE, Bernardo admitiu que o desempenho foi ruim, mas ressaltou que isso já era aguardado.

Ele lembrou que o pior período esperado pelo governo era aquele compreendido entre o quarto trimestre de 2008 e o primeiro trimestre de 2009. A partir de abril, o ministro disse que as medidas de estímulo adotadas pelo governo começaram a surtir efeito. Não crescemos ainda o suficiente para compensar a queda, mas estamos bem tranquilos. Setores como o automobilístico, o eletrônico e o da construção estão bombando neste momento”, afirmou Bernardo.

http://jcrs.uol.com.br/jc/site/noticia.php?codn=4783&codp=21&codni=3

Apoio

http://picasion.com/

Receba a Newsletter Diária

Enter your email address:

Delivered by FeedBurner

Apoio

© 2025   Criado por José Adriano.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço