Notícia da edição impressa de 02/09/2009
Gilson Omar Fochesato
O modelo tradicional de gestão pública mostra suas deficiências há bastante tempo, menos mal, que não faz muito que estas relações ficaram transparentes, embora ainda insuficientes.
Existe a exigência de que os órgãos públicos efetuem seus serviços com transparência, competência e eficácia. Logo, a Administração Pública também deve acompanhar a evolução de seu tempo. Para quebrar o paradigma de má qualidade no atendimento dos contribuintes em órgãos públicos, devemos primeiramente acabar com as burocracias públicas tradicionais que além de terem se tornado complexas, com características centralizadoras e estruturas rígidas, não tem sido orientadas para o atendimento das necessidades dos cidadãos ou para a eficácia e efetividade. Incluído no rol desse Estado, está a Receita Federal do Brasil: excesso de formalismo e ritualismo, rigidez e verticalidade das estruturas, ética da obediência rígida, baixo incentivo à criatividade, elevada racionalidade técnica e processual, autonomia reduzida e ausência de compromisso com resultados. Ora, não podemos ser atores e instrumentos de uma maquiagem de ineficiência.
Iniciada em fins de julho de 2008 (após seis anos e meio de atraso), finalmente resultaram mudanças na Receita Federal. Atualmente, novas mudanças. Aguarda-se que não haja retrocesso na iniciativa tomada em meados do ano passado. Nem sempre a necessidade de mudar é visível. É preciso querer enxergá-la. Cabe perguntar e agora? Mudar a atitude da equipe de medo em orgulho, substituir o ceticismo pelo comprometimento, reenergizar o relacionamento, deslocar o foco do desempenho dos processos para o controle dos resultados, realização de benchmarking (comparação) com suas congêneres de outros países, ter em mente, ainda, que a administração pública deve sempre dar prevalência ao interesse público primário (de toda a sociedade) ante o interesse público secundário (da própria administração). Espera-se menos a expressão “doutor” em frente aos nomes e mais pró-atividade dos novos gestores. Finalmente, um recado para os novos chefes que se esperam tornarem-se líderes: facilitem a sua própria substituição.
Auditor fiscal da Receita Federal do Brasil - gilson.fochesato@receita.fazenda.gov.br
http://jcrs.uol.com.br/jc/site/noticia.php?codn=7064&codp=1451&codni=3
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