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Por Luiz Mazetto
Quando a coordenadora-geral de Tecnologia e Segurança da Informação da Receita Federal do Brasil (RFB), Cláudia Maria de Andrade, terminou as faculdades de Direito e de Letras, cursadas de forma simultânea em sua cidade natal, São José do Rio Preto, no interior paulista, ainda nem passava pela sua cabeça fazer carreira na área de tecnologia.
“De jeito nenhum. Estava longe de ser o meu objetivo”, afirma a executiva, que está há cerca de 25 anos na estatal, onde começou a trabalhar como auditora por meio de um concurso público prestado após se formar. Ao longo desse período, Cláudia já passou por diferentes setores do órgão, além de ter feito especializações em Tecnologia da Informação e Administração Pública.
Segundo ela, o interesse pelo setor de TI surgiu à medida que descobria o potencial de impacto da tecnologia, tanto internamente, com melhorias de processos, quanto junto à sociedade, de forma geral. “Isso me fascinou”, afirma a executiva, que está há aproximadamente dez anos no cargo de CIO da RFB, e é a vencedora do Prêmio Executivo de TI do Ano 2019, promovido pela IT Mídia, na categoria Setor Público, por conta de um projeto intitulado b-CPF.
Lançada oficialmente no final de 2018, a iniciativa em questão levou a base de Cadastro de Pessoa Física (CPF) da Receita Federal, que é uma das mais usadas para identificações de pessoas físicas em âmbito nacional, para o Blockchain, que, por sua vez, é uma das tecnologias emergentes mais celebradas da atualidade pelo seu amplo potencial de transparência.
Desenvolvido e implementado por meio de uma parceria entre o departamento de tecnologia da RFB e a Dataprev, o programa oferece uma alternativa em relação a outros métodos disponíveis atualmente, como webservice, extração de base de dados e acesso pontual por meio de emulador, que apresentam impeditivos em termos de expansão.
“Com o Blockchain, tenho uma solução que é segura e com um custo bem inferior em relação a um modelo de webservice, por exemplo”, afirma Cláudia sobre o b-CPF, cujos benefícios também incluem facilitar o compartilhamento de dados, de forma que políticas públicas e a identificação de potenciais fraudes a partir do cruzamento de dados possam ser realizadas com custo menor e maior confiabilidade.
Um dos principais desafios na hora de trabalhar com uma tecnologia ainda nova como é o caso do Blockchain, explica a executiva, consistiu em sempre ter em mente, ao longo do desenvolvimento do projeto, a questão da capilaridade da Receita, por conta dos seus diversos segmentos de negócios. “Tenho que ter uma solução que seja escalável. E também analisar qual a capacidade desta solução para os meus diversos processos de trabalho.”
E o uso do Blockchain pela Receita Federal não vai parar por aí, conforme explica a executiva. Isso porque, o órgão já trabalha em outros projetos envolvendo a plataforma de registros descentralizados. A lista inclui também o b-CNPJ, que já está pronto e deve ser lançado em breve, além dos chamados b-Connection e do b-Protocol, que ainda estão em fase de estruturação.
https://cio.com.br/por-seguranca-e-transparencia-receita-leva-base-...
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