Blog da BlueTax moderado por José Adriano
Blog da BlueTax
por Edgar Madruga (*)
O Brasil está atravessando um dos momentos mais privilegiados em sua história recente, com a mudança de paradigmas tradicionais por novos modelos, nos quais a tecnologia desponta como uma realidade a ser incorporada pela empresas.
O advento de ferramentas como o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) – contábil e fiscal –, a Nota Fiscal Eletrônica e a Certificação Digital estão alterando o modo como os negócios são realizados, trazendo mais transparência e velocidade para os processos.
A adequação ao SPED, por exemplo, representa oportunidades para a melhoria da gestão, incluindo ganhos de produtividade, segurança e redução de riscos em áreas contábeis, administrativas e logísticas. Para isso, o empresário precisa entendê-lo como um projeto de investimento, com retorno (ROI) e payback.
Entretanto, o desconhecimento por boa parte dos empresários poderá, em breve, transformar as relações nos negócios em puro caos. No dia 1º de abril próximo, por exemplo, as empresas que já utilizam o modelo 1.10 da NF-e deverão migrar para o 2.0, sob pena de ficarem impedidas legalmente de fazer transações. Ainda que as façam, as vendas serão consideradas irregulares porque não será possível a emissão dos documentos fiscais.
Infelizmente, mesmo com toda a propaganda sobre o tema, pouco mais de 30% das empresas atualmente estão trabalhando com o leiaute 2.0 da NF-e, que é mais moderno e traz mais informações a serem preenchidas. Atualmente, segundo o Portal da NF-e, 525 mil estabelecimentos estão aptos a emitir o documento, mas o total de locais que deveria já ter se adaptado é de cerca de 1,5 milhão.
Problemas à parte, é evidente que esta não é hora de se fazer uma caça às bruxas para saber quem são os responsáveis – se governo ou empresas – mas se faz necessária uma campanha massiva para tentar minimizar os efeitos do problema, preferencialmente atingindo médias e pequenas empresas.
Verdade que tal afirmação parece fantasia, mas quando o apagão de NF-e começar o Brasil poderá perder milhões de reais até que tudo seja colocado nos eixos, e isso pode demorar.
A própria coordenação técnica do ENCAT (Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores Tributários) publicou recentemente a NT2011/001, que solicita atenção em relação ao prazo de implantação de versão 2.0 do leiaute da NF-e, define o prazo da implantação em produção das validações previstas na NT 2010/009 e orienta preenchimento de campo da Data de Desembaraço da Declaração de Importação.
Com a consolidação do SPED, creio ser oportuno haver, no País, uma clara demanda por uma reforma tributária justa, com a simplificação e a diminuição da quantidade de tributos e o aumento da qualidade na aplicação dos recursos pagos pelos contribuintes. Na verdade, creio que o SPED é um viabilizador desta reforma ao padronizar e dar transparência aos procedimentos contábeis exigidos pelos Estados. Um ambiente favorável é propício para o desenvolvimento do mercado, assegurando crescimento sustentado por vários anos.
(*)Edgar Madruga é administrador de empresas e auditor, é docente da Escola de Negócios Contábeis (ENC) especializado em SPED Fiscal e instrutor de SPED e NF-e no Conselho Regional de Contabilidade do Estado de Goiás (CRC-GO).
Fonte: DCI
© 2024 Criado por José Adriano. Ativado por
Você precisa ser um membro de Blog da BlueTax moderado por José Adriano para adicionar comentários!
Entrar em Blog da BlueTax moderado por José Adriano