Segundo o IBPT, os brasileiros, em média, trabalharam até o dia 28 de maio deste ano, para honrar apenas com as suas obrigações com o fisco, sejam elas na esfera municipal, estadual ou federal
Por Sérgio Nardi, Administradores.com.br
Imagine um escravo do período colonial trabalhando na agricultura, em culturas como cana-de-açúcar, tabaco, algodão e café. Durante muito tempo a escravidão foi a sustentação do sistema econômico, vigente na época, onde o escravo era simplesmente, uma posse de seu senhor, não possuindo assim qualquer direito. Cabendo a este proprietário a responsabilidade de garantir as exigências mínimas de sobrevivência como a alimentação e vestimentas.
Com a promulgação da Lei Áurea em 13 de maio de 1888, supostamente extinguia-se ali a escravidão, em todas as suas formas no Brasil. Mas será que hoje, o trabalhador e o cidadão brasileiro podem se orgulhar de sua libertação?
Transpondo dificuldades modernas como estresse, trânsito, violência urbana, baixa qualidade de vida e trabalho árduo nas empresas e corporações modernas, ou seja, nas novas fazendas feudais, o trabalhador está realmente livre e seguro no mundo moderno?
Segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) os brasileiros, em média, trabalharam até o dia 28 de maio deste ano, para honrar apenas com as suas obrigações com o fisco, sejam elas na esfera municipal, estadual ou federal. São espantosos e absurdos 148 dias de escravidão moderna dedicados ao Estado, que da mesma maneira que os senhores feudais, em troca nos oferecem condições mínimas para a subexistência, atráves de um sistema de saúde pública lastimável, uma segurança negligente e uma educação pública pífia e de baixissíma qualidade.
Segundo ainda o IBPT, o brasileiro é um dos povos que mais paga tributo no mundo, perdendo apenas para os suecos (185 dias) e para os franceses (149 dias), nesse caso, pelo menos a contrapartida do trinômio educação-saúde-segurança é incomparável a realidade brasileira.
O estudo do IBPT propicia avaliar e prever que 40,54% da renda bruta dos trabalhadores brasileiros estará comprometida, neste ano, apenas no pagamento de tributos. Praticamente quase metade do que você ganhará ao longo do ano será destinado a obras públicas superfaturadas e inacabadas, gastos com viagens, jantares e despesas de gabinetes, nomeiação nomeação de parentes e amigos a cargos públicos e toda ordem e tipo de benefícios destinados a poucos privilegiados que se alternam no poder, fatos óbvios que colocariam rubros muitos senhores feudais.
Se por um lado a constituição hoje nos garante o poder de ir e vir e a liberdade de expressão, apesar das inúmera tentativas de cercarem a mesma ultimamente, por outro lado somos reféns modernos de um novo tipo de escravidão, a escravidão tributária.
A alforria moderna começou podemos dizer que, apenas a partir de junho, quando começamos a aproveitar o período de liberdade, pois a volta a senzala, já tem data marcada e quem sabe, ano que vem com um maior número de dias, de pena a cumprir.
Sérgio Nardi - palestrante, escritor, especialista em gestão empresarial e autor dos livros "A Nova Era do Consumo de Baixa Renda", "Marketing para o Varejo de Baixa Renda" e "Viva Melhor".
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